Viajar seja para onde for, querer conhecer o mundo, é acreditar que todas as ruas fazem parte de um labirinto mas que não é possível perdermo-nos nele. Está-se sempre em algum lugar. […] Um dia vou cansar-me de querer conhecer o mundo, mas hoje ainda não é esse dia. Sinto uma espécie de tontura só de começar a conceber todos os lugares onde posso ir. Tenho os sentidos ávidos por tudo aquilo que me espera. Não tenho qualquer receio de estar sozinho, sem mapa, no centro de Singapura, numa avenida de Caracas, diante de uma paisagem do Alasca. Anseio por esse momento.
José Luís Peixoto, revista Volta ao Mundo