A gente com os clássicos russos fica em nervos. Estamos a perceber tudo acerca da perfídia humana, assistimos ao modo como as vítimas se põem a jeito, os caldos todos preparados, uma desgraça sempre anunciada, e não há o que fazer. Uma e outra vez a condição humana é a tristeza e o desalento. Lemos os russos com vontade de gritar para dentro do livro umas coisas bem gritadas às pessoas esperançadas. As esperançadas é que nos partem o coração. Mas os livros só falam. Não escutam. É um grave defeito.
Valter Hugo Mãe, revista P2