[São Paulo] é um mar de prédios e quando o ar está limpo é possível ver as serras que rodeiam a cidade. Sentimo-nos insignificantes no meio desta selva de pedra que é São Paulo. […] Estar no centro de uma cidade de 21 milhões de habitantes repleta de grandes avenidas e arranha-céus espelhados, mas com toda a sinalização em português, faz-nos sentir numa Nova Iorque de língua portuguesa.
[São Paulo é] um monstro de cimento que suga toda a energia em seu redor e que a vomita em dobro, levando cada um a sentir que é realmente apenas uma pequena peça, parte de um mecanismo gigante.
Miguel Gonçalves Mendes, cineasta, fugas & expresso diário
São Paulo cresceu na lógica do estilhaço. Depois da ignição, explodiu num ponto e desenvolveu-se na indisciplinada lógica do estilhaço. Não tem geometria. A cidade é um acaso acumulando outro acaso. Os caminhos parecem parasitar-se e predar-se uns aos outros. Assim, qualquer incómodo gera o caos, porque o mapa não ajuda a escoar. O mapa é puro labirinto.
Valter Hugo Mãe, revista P2