A obra de Paula Rego mantêm à superfície a infância não apenas como se os velhos conservassem a candura mais perigosa da meninice, antes como se as crianças antecipassem grotescamente a velhice. Crianças velhas, brincando algo assustadoras, feitas de uma mortalidade demasiado evidente. Se a criança é a máscara do velho, no trabalho de Paula Rego ela recusa-se a esconder seja o que for. Expõe a decadência imediatamente a partir do primeiro tempo de vida.
Valter Hugo Mãe, revista P2