O corpo de Barbora Hruskova, primeira bailarina da Companhia Nacional de Bailado […], é um detalhado mapa das suas lesões, das suas dores, dos seus sacrifícios e das suas provas de superação: a perna esquerda de Tchaikovski, o pé de Profokiev, o quadril de ‘Sonho de Uma Noite de Verão’, o dedo de ‘Carmina Burana’, o cóccix de Hander, o joelho de Sylhphide.
[…] ‘Não tenho treino militar’, diz Tiago Rodrigues [dramaturgo], mas numa questão de vida ou morte não levava comigo soldados, levava bailarinos. Têm uma espantosa coragem física e emocional, uma grande resistência à dor e esfolam-se todos por uma só ideia – beleza. São esses que quero ao meu lado numa cena de porrada.’
Gonçalo Frota, ípsilon