Na dinâmica das amizades faço parte de um tipo de personalidade ‘tóxicas’, a personalidade esquiva, atreita à astenia e ao pessimismo, um estraga-festas. […] Mas também tive amizades por entropia ou engano, amizades com os murmuradores, os cínicos, os maquiavéis de boteco, amigos que procurei por serem tóxicos, sem saber que era por isso, e que, descobri, me procuraram porque eram tóxicos para mim; amigos que, como diz um poema de que gosto muito, deslocavam a verdade na atmosfera, com a cabeça oculta numa nuvem astuciosa.
Pedro Mexia, revista do semanário Expresso