Uma exposição no Bundeskunsthalle de Bona, na Alemanha, evoca até 24 de Julho [de 2016] o universo criativo [de Pina Bausch]. […] ‘Não é a maneira como as pessoas se movem que me interessa, mas sim o que as faz mover’ é uma das frases mais repetidas desta coreógrafa que começava sempre a trabalhar numa nova peça fazendo perguntas. Muitas perguntas. […] Na exposição de Bona, […] há dezenas delas [de perguntas] espalhadas pelas paredes, em folhas que saíram dos seus arquivos. Nelas há também notas que tirava, depois de um passeio pela rua, observando as pessoas nas paragens do autocarro, a levarem os filhos à escola ou a caminho do trabalho. Era o mundo que lhe interessava e é por estar cheia de mundo que a sua dança parece sempre tão verdadeira.
Lucinda Canelas, Ipsilon