Tudo o que se passa no nosso corpo está sempre a ser envolvido e atravessado, como o sangue nas veias, pela palavra. […] Na linguagem está em causa a essência da vida humana, que tem que ver com comunidade, com transmissão, com uma espécie de sonho humano de adaptar de modo cada vez mais justo as palavras que se dizem àquilo que está a ser dito por elas. […] Há também, por exemplo em [Ludwig] Wittgenstein, a noção de que o significado das palavras não pode ser compreendido antes de termos olhado com muita atenção para os seus usos.
Maria Filomena Molder, revista do semanário Expresso