Para um alfarrabista não há livros a mais. Pode, no limite, haver pouco espaço para os guardar. Nos bastidores das livrarias do Porto, especializadas na venda de alfarrábios, é comum existirem prateleiras com dezenas de milhares de livros, muitos deles ainda por catalogar. Essa ordenação e organização é um trabalho de décadas, diário e que se avoluma ao mesmo ritmo da entrada de novos livros. Há um traço comum entre alfarrabistas, que é o fascínio, mais do que pela literatura, pelo objecto físico do livro, cultivado por tradição familiar ou por mero acaso da vida.
André Vieira, jornal Público