[Stéphane] Brizé contou na conferência de imprensa [da apresentação do filme ‘Une Vie’] que tendo rodado ao longo de vários períodos, para apanhar as estações do ano, nas primeiras cinco semanas filmou, por exemplo, só personagens a andar, a passear, a contemplar a natureza, material esse que se fosse integrado numa estrutura linear seria impossível de aguentar para qualquer espectador. O resultado é, ao invés, poderosamente evocativo, vivo, como se estivesse a ser construído ali. São as impressões de uma vida igual à nossa, porque não há épocas para a violência do mundo.
Vasco Câmara, jornal Público