Daniil Trifonov mantém uma relação física com o piano. Reconhece que a escrita pianística de compositores como [Franz] Liszt ou [Sergei] Rachmaninoff requer ‘uma pressão apropriada não só dos dedos como dos pulsos, cotovelos e até dos ombros – basicamente de todo o torso superior’. O piano é, afinal, um instrumento de percussão. […] Mas também sabe ser poético e espiritual nas partes cantabile, afagando suavemente as teclas do piano como se estivesse a pensar e a compor. A doçura e flexibilidade são tais que parece não ter ossos nas mãos.
Jorge Calado, revista do semanário Expresso