Maria Lassnig não tem medo de se desenhar feia, incompleta, fragmentada. Não tem medo, sequer, de pintar a família – o pai ou a mãe – igualmente feios, com aguarelas onde a cor se sujeita a uma teoria de emoções, tal como muitos anos antes [Wassily] Kadinsky ou Paul Klee tinham tentado definir, cada um à sua maneira. Estuda muito, ganha muito pouco, vive com grandes dificuldades. Mas dá-se com as elites parisienses, porque sabe que, para criar, é preciso ver, discutir e pensar. […] Lassnig afirma que ‘a arte desenvolve-se através de bolhas de sabão rebentadas, de corações engelhados, do cerebelo espião’.
Luísa Soares de Oliveira, jornal Público