A matéria-prima, aquilo que forma o núcleo duro dos trabalhos de Joana Craveiro [e o Teatro do Vestido] é a memória – essa coisa proteiforme, movediça, da qual é impossível falar, na qual é impossível tocar, sem nos confrontarmos com um dos seus parentes mais chegados, a invenção. Trabalhar a memória e inventar criativamente, sob a forma de espectáculos, é o que faz Joana Craveiro. Tem sido um trabalho de memória que fala de viagens, reais e imaginárias: que fala de lugares, cidades, bairros, ruas, casas, reais e imaginárias, ou as duas coisas ao mesmo tempo; que fala da história, da política e da vida das pessoas comuns.
João Carneiro, revista do semanário Expresso