Fernando Pessoa publicou ‘A Ode Triunfal’ no primeiro número de ‘Orpheu’, em Março de 1915. Como se sabe, a reacção mais ou menos generalizada da imprensa da época foi a de sugerir que os jovens autores que tinham lançado a revista constituíam um grupo de maluquinhos inofensivos. Um articulista d’A Capital sugere que ‘pertencem a uma categoria de indivíduos que a ciência definiu e classificou dentro dos manicómios, mas que podem sem maior perigo andar fora deles.’
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No manual ‘Encontros’ [certificado em 2017], destinado à disciplina de português do 12º ano, o poema com 240 versos é transcrito praticamente na íntegra, à excepção de três versos que foram cortados por opção dos autores deste livro. […] Estes versos aparecem substituídos por linhas ponteadas, a mesma opção adoptada pela censura durante o Estado Novo.
Luís Miguel Queirós, jornal Público