A revolução [do 25 de Abril] foi uma imensa festa. […] Veio logo o 1º de Maio e o primeiro cartaz que vi, com letras improvisadas num rectângulo de isopor, avisava: ‘A poesia está nas ruas.’ A poesia saiu às ruas logo cedo: cada automóvel que desfilava por Lisboa levava flores. Às vezes, apenas uma. Às vezes, um ‘v’ floral, geralmente arranjado nas cores vermelha e verde da bandeira. Às vezes, as flores eram tantas que os carros mais pareciam canteiros com rodas.
Clóvis Rossi, semanario Expresso