[No livro] ‘O Chamador’, todas as personagens que dão nome a cada capítulo são figuras reais. Eu começo por colocar aquela figura real com aquele nome e com aquela identidade no espaço onde viveu e a ficção entra quando eu a ficciono para aquilo que cada uma delas poderia ter sido se lhe tivesse sido dada outra atenção. Todas aquelas pessoas são pessoas esquecidas, ou excluídas. É um pouco esta ideia que me aflige, de haver milhões de pessoas que nascem, vivem e morrem e ninguém dá por elas.
Laborinho Lúcio, magistrado e escritor, jornal Público