A beleza dos jogadores [de futebol] mais talentosos pode ser comparada às mais belas obras de arte e os estádios são um centro de devoção, de fé, de superstição. Mas tudo isso talvez esteja um pouco hiper-romantizado. Os estádios são também lugares comparáveis ao Coliseu de Roma, no sentido em que neles se manifesta a mentalidade da horda populista que os tornou possíveis. [O desporto] pode ser belo e inspirador e ao mesmo tempo uma das mais virulentas formas de nacionalismo, do nepotismo e do pensamento massificado que hoje se espalham rapidamente.
Gabriel Abrantes, cineasta, Agenda Cultural de Lisboa